terça-feira, 30 de março de 2010



Lançamentos em vinis
03/03/2010
Em constante crescimento em vendas em todo o mundo, o mercado de vinis estará especialmente aquecido a partir de agora com a reinauguração da Polysom.
Única fábrica de vinis da América Latina, a Polysom estava desativada desde outubro de 2007. Comprada pelos proprietários da Deckdisc em abril de 2009, passou por uma obra civil de grandes proporções e começou a operar nesse início do ano.
A Polysom vai atender todos os selos e gravadoras do Brasil e da América Latina. Os primeiros lançamentos (nas lojas em março) serão 4 títulos da própria Deckdisc: "Cinema" (Cachorro Grande), "Onde Brilhem os Olhos Seus" (Fernanda Takai), "Fome de Tudo" (Nação Zumbi) e "Chiaroscuro" (Pitty).
Pitty fará show de lançamento do LP dia 05 de março (sexta) no Circo Voador.
Conheça os detalhes dos novos trabalhos lançados em vinil...
Cachorro Grande – "Cinema"Uma das maiores bandas de rock brasileiro dessa geração, a Cachorro Grande gravou "Cinema" em clima vintage. Inspirada pelo rock das décadas de 60 e 70, seus músicos usaram equipamentos analógicos e fizeram "o trabalho mais aprumado em termos de som", segundo o guitarrista Marcelo Gross.
O som traz influências de psicodelia, instrumentos exóticos como cítara, bases densas, ambiências e outras maluquices. "A diferença entre esse e os nossos outros é que deixamos nos levar mais pela sonoridade de Pink Floyd, Jethro Tull e Led Zeppelin"- completa ele. Como ardorosos fãs do formato vinil, os integrantes da banda foram grandes motivadores para a reabertura da Polysom.
Fernanda Takai – "Onde Brilhem os Olhos Seus"Foi de uma sugestão do jornalista Nelson Motta que nasceu o disco "Onde Brilhem os Olhos Seus". Amigo muito próximo de Nara Leão, a carioca que encantou o Brasil e a bossa nova, Nelson achou que as músicas da cantora cairiam bem na voz suave e firme de Fernanda Takai. Com releituras modernas, mas sem destoar das origens, Takai surpreendeu.
O interessante desse disco é que, por sua geração e formação pop rock, Fernanda e John Ulhoa, que acompanhou a cantora nessa jornada, tinham pouca familiaridade com o universo rítmico do samba, choro e bossa nova de Nara, o que resultou em leituras inventivas e renovadoras em todas as canções. A graça e o bom gosto, a elegância e a discrição - além de um look meio oriental em decorrência de sua ascendência japonesa – unem a delicadeza e a inteligência da música de Nara e Fernanda.
A versão em CD de "Onde Brilhem os Olhos Seus" recebeu disco de ouro pelas mais de 50.000 cópias vendidas. Em 2009, a Deckdisc lançou o show do projeto "Luz Negra", em CD e DVD. O lançamento de "Onde Brilhem os Olhos seus" em vinil atende o desejo expresso pelos representantes de grandes livrarias brasileiras.
Nação Zumbi – "Fome de Tudo""Fome de Tudo" já nasceu antológico. Mais do que uma volta às origens, é uma espécie de retrospecto altivo da banda mais inventiva em atividade no país. Ao longo dos anos, a Nação Zumbi foi descobrindo e aperfeiçoando a alquimia do world metal, do coco dub, da ciranda psicodélica, entre tantas outras.
Esse arsenal todo foi revigorado no álbum "Fome de Tudo". Na época do lançamento, em 2007, Jorge du Peixe, vocalista, comentou que o aspecto "interpretação" mereceu um capricho maior do que o usual, o que resultou sem dúvida no álbum mais melodioso de toda a discografia da banda. Lançar "Fome de Tudo" no formato vinil era uma promessa da Deckdisc para os integrantes da banda e o produtor Mario Caldato Jr.
Pitty – "Chiaroscuro""Chiaroscuro" foi um dos lançamentos mais aguardados de 2009. Não só pelos 4 anos de intervalo desde seu antecessor "Anacrônico", mas também pela expectativa gerada através do blog oficial da Pitty. Esse último trabalho nasceu da necessidade de expressão da cantora e foi, de fato, gerado durante vários meses nos quais muitos detalhes foram pensados e outros tantos foram fluindo naturalmente.
O álbum traz vários contrastes na sonoridade, com músicas pesadas e leves, viscerais e sutis. Ainda que o rock seja predominante, há diversas influências como soul, tango, bolero e até música erudita. "A ideia era mesmo caminhar por outros terrenos" – diz Pitty. O primeiro single, "Me Adora", é sucesso absoluto em todo o Brasil. Além de ter ficado entre as músicas mais tocadas do ano, ganhou versões em ritimo de forró, sertanejo e axé.
"Chiaroscuro" foi o disco escolhido pela Polysom para realizar todos os testes de fabricação, tendo sido inclusive comparado com alguns discos feitos especialmente na fábrica americana Bill Smith Custom Records.
Por: Dj Sound

terça-feira, 9 de março de 2010

Vicente Celestino (1894 - 1968)



Vicente Celestino (1894 - 1968) Vicente Celestino representa, em toda a história de nossa música, a mais longa e ininterrupta carreira de intérprete sem jamais ver diminuída a popularidade. Quando morreu, às vésperas dos 74 anos, no Hotel Normandie, em São Paulo, estava de saída para um show com Caetano Veloso e Gilberto Gil, que seria gravado para um programa de televisão. Foram 54 anos de vida artística, se contados a partir de 1914, ano de sua estréia na Companhia do Teatro São José. A valsa "Flor do Mal" foi nessa ocasião seu primeiro grande sucesso e também entrou no seu primeiro disco, em 1916, na Odeon (Casa Edison). Antônio Vicente Filipe Celestino nasceu no Rio de Janeiro, no bairro de Santa Tereza, filho de italianos da Calábria. Dos 6 homens (eram 11 irmãos), 5 dedicaram-se ao canto e 1 ao teatro. Desde os 8 anos, por causa de sua origem humilde, Celestino teve de trabalhar: sapateiro, vendedor de peixe, jornaleiro e, já rapaz, chefe de seção numa indústria de calçados. Antes do teatro cantava muito em festas, serenatas e chopes-cantantes. Rapidamente, depois de oportunidade no teatro, alcançou renome. Formou companhias de revistas e operetas com atrizes-cantoras, primeiro com Laís Areda e depois com Carmen Dora. As excursões pelo Brasil renderam-lhe muito dinheiro e só fizeram aumentar sua popularidade. Nos anos 20, reinava absoluto como ídolo da canção. Na fase mecânica de gravação, fez cerca de 28 discos com 52 músicas. Com a gravação elétrica, em 1927, sentiu uma certa inaptação quanto ao rendimento técnico, logo superada. Aí recomeçaria os sucessos cantados em todo o Brasil. Em 1935 foi contratado pela RCA VICTOR, praticamente daí sua única gravadora até falecer. No total, gravou em 78 rpm cerca de 137 discos com 265 músicas, mais 10 compactos e 31 Lp's, nestes também incluídas reedições dos 78 rpm. Vicente Celestino, que tocava violão e piano, foi o compositor inspirado de muitas das suas criações. Duas delas dariam o tema, mais tarde, para dois filmes de enorme público: "O Ébrio" (1946) e "Coração Materno" (1951). Neles Vicente foi dirigido por sua mulher Gilda Abreu (1904 - 1979), cantora, escritora, atriz e cineasta. O incrível Vicente Celestino passaria incólume e imperturbável por todas as fases e modismos, mesmo quando, no final dos anos 50, fiel ao seu estilo, gravou "Conceição", "Creio em Ti" e "Se Todos Fossem Iguais a Você". Seu eterno arrebatamento, paixão e inigualável voz de tenor, fizeram com que o povo o elegesse como A Voz Orgulho do Brasil.